Grito Literário

Monday, November 14, 2011

Tierra abortada

*por Huayna Chasky

Pobres semillas,
inocentes hijas de la Madre Tierra.

Pobres semillas encarceladas en laboratorios
hasta ser convertidas en veneno
torturadas por los doctores
hasta perder la fertilidad.

Pobres semillas sin alma,
ex futuras madres,
ex semilllas, ex sí mismas.

Pobres semillas,
inocentes hijas de la Madre Tierra,
esterilizadas por el hombre,
esclavizadas por el capital.

Pobres semillas inocentes
violentadas por el hombre
culpables por el hambre

Me gusta cuando hablas (o Neruda al contrario)

Me gusta cuando hablas porque te siento presente
Y te oigo desde lejos y tu voz me envuelve
Parece que tus ojos indios son solo una pequeña parte
Que componen la armonía de tu naturaleza
Y que tu boca que moja la mía
Es una fuente inagotable de tu generosa dulzura
Y un pozo de tu ternura infinita

Me gusta cuando hablas y estás como cercana
Mismo diciéndome desde lejos, por teléfono
Que me llamas solo porque quería oír mi voz
Mientras yo era quien me moría por escuchar la tuya

Me gusta cuando hablas porque estás como viva
Con todo tu dolor y esperanza de guerrera
Entre tanto odio y violencia
Una sonrisa tuya, media palabra basta
Y estoy feliz, feliz por haberte conocido.

Thursday, November 10, 2011

Canoeiro

Duas canoas que se cruzam num olhar
Você mirava o balanço da minha vida em remo
Eu olhava seu desencontrado olhar
Minha vida passa assim
Nesse vai-e-vem de águas e olhares
Eu pensei se talvez pudesse dizer qualquer coisa
Mas a natureza já lhe susurrava todas minha idéias

Essa pele pra mim quase branca
Pra outros quase morena
E esse sorriso incompleto
De meia boca e alma inteira
Que você deixou escapar
Caiu no rio e perdeu-se nas águas
Sigo procurando enquanto navego
Nas outras canoas que me cruzam todo dia

Me lembro que depois do quase sorriso
Nos olhamos pela última vez
Até o rio seguir seu fluxo
Nossas canoas seus caminhos
E a natureza nos engolir
Para fazer-nos para sempre
Uma parte distantemente unida
De todo seu esplendor

Eu gosto de olhar pessoas
e imaginar universos
dentro de cada um

Mas quando miro a noite
só consigo ver você
refletida em cada estrela

doralegria

um colombiano
tem uma gaveta
quase secreta
semi-fechada
de dor

tem um suave tom de negro
triste e pulsante
em meio a uma aquarela
de sorrisos coloridos

é um mosaico
um retalho
com um desenho triste
em cores vibrantes
tecido com um fio
quase invisível quase irrompível
de inabalável esperança

o colombiano
sangra por dentro
mas por fora
chora com alegria
dançar é sua maneira
de sacar lágrimas
em forma de suor

essa dor de terremoto
que levou gente querida
tem o epicentro
dentro de seus corações
colombianamente carinhosos
e vai gerando sismos silenciosos
não com tanta intensidade
mas que fazem tremer
outros corações
distantes e despreparados
para suportar
tremores de vida

um segundo depois
do coração escutar a dor
e um minuto antes
do corpo se entregar ao baile
o colombiano de dor e alegria
te oferece sua sínteseem um abraço

o Abraço de um colombiano
é diferente
é forte e sincero
mas vem com lágrimas
e dói.
dói por dentro
e conforta por fora
dói o ontem
e sopra o amanhã
que começa agora